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Comunicação de risco

Contra-indicações [12,13]
A doxorrubicina não deve ser utilizada nas seguintes situações:



  • o Hipersensibilidade à doxorrubicina ou outros químicos relacionados
  • o Na presença de úlceras bucais
  • o Gravidez e aleitamento.
  • o Pacientes com acentuada mielossupressão (por exemplo que tenham realizado tratamento antitumoral prévio)
  • o Insuficiência cardíaca aguda ou pré-existente
  • o Pacientes que receberam previamente uma dose cumulativa máxima de doxorrubicina ou daunorrubicina.
     
  • o No tratamento do carcinoma da bexiga em pacientes com estreitamento da uretra aos quais não possa ser feita a introdução de um cateter para administração do fármaco, assim como em situações de tumores invasivos da bexiga que apresentem penetração na parede da bexiga, em infeções do trato urinário ou em situações de inflamação da bexiga.





Advertências e precauções especiais de utilização [12,13]

 

A doxorrubicina não deve ser utilizada sem a supervisão de um médico especialista em quimioterapia, uma vez que o seu potencial de toxicidade é elevado. Geralmente, no início do tratamento com este fármaco é recomendada a hospitalização para que o doente seja observado cuidadosamente e seja feita a monitorização laboratorial adequada, particularmente da função hepática e cardíaca e a contagem sanguínea. Não deve ser utilizada a via intramuscular ou subcutânea para administração deste fármaco.
As principais preocupações com a toma de doxorrubicina são:



  •  Cardiotoxicidade

Que dosagens estão associadas ao desenvolvimento de cardiotoxicidade?

Há risco de desenvolvimento de lesões no miocárdio causada pelas doses cumulativas de doxorrubicina, pelo que esta dose cumulativa total não deve exceder as 450-550 mg/m2. Para doses superiores é significativamente maior a possibilidade de surgir falha cardíaca congestiva.
 

Quais são as manifestações de cardiotoxicidade?

Pode surgir aumento da frequência cardíaca (taquicardia), aparecimento de alterações no eletrocardiograma (ECG) ou insuficiência cardíaca grave que pode ocorrer vários meses ou anos após a paragem do tratamento, sem sinais prévios de alterações no ECG. O risco de desenvolver falha cardíaca nestes doentes tratados com doxorrubicina pode persistir para toda a vida.
 

Há grupos de maior risco?
O risco pode ser superior no caso de indivíduos que tenham sido previamente tratados ou que estejam sob tratamento com antraciclinas, antracenedionas ou outros agentes cardiotóxicos. Em indivíduos com doenças cardíacas, pacientes idosos com idade igual ou superior a 70 anos e em crianças com idade inferior a 15 anos o risco é também acrescido.





  • Extravasamento

O que é e que sintomas podem surgir?
O extravasamento pode surgir durante a administração da doxorrubicina e origina a lesão e morte dos tecidos afetados, de uma forma grave e progressiva. Pode surgir dor ou sensação de queimadura e nesse caso a administração deve ser suspensa de imediato e reiniciada noutra veia.


O que fazer em caso de extravasamento?
Após interrupção da administração, devem ser aplicados blocos de gelo no local da injeção. A lavagem com soro fisiológico, a aplicação local de corticosteroides ou de uma solução de bicarbonato de sódio (8,4%) e a aplicação de dimetilsulfóxido são outras medidas aplicadas com resultados variáveis de eficácia. Também pode ser utilizado um creme de hidrocortisona a 1%. A excisão da área afetada dever ser também considerada.


 

 

  • Mielossupressão

O que é e o que causa?
A mielossupressão (supressão da produção de células sanguíneas) pode surgir com o tratamento e requer monitorização hematológica, dado que há um risco considerável de desenvolver neutropenia (contagem de neutrófilos abaixo do normal), trombocitopenia (contagem de plaquetas abaixo do normal) e menos frequentemente anemia. Geralmente os parâmetros voltam à normalidade dentro de 21 dias após a administração.


Que cuidados se devem ter?
Se a contagem de granulócitos polinucleares for inferior a 2000/mm3 (no caso de tratamento de leucemias agudas este valor pode ser menor) não deve ser iniciado ou continuado o tratamento. Devem ser tomadas medidas para minimizar o risco de infeções.



  • Hiperuricémia

O tratamento com doxorrubicina pode originar níveis elevados de ácido úrico no sangue (hiperuricemia) que podem levar à lise tumoral no seguimento de gota aguda ou nefropatia úrica.

  •  Insuficiência hepática

Porque é preocupante?
A principal via de excreção da doxorrubicina é a hepática. Deste modo, o seu comprometimento pode levar ao atraso na eliminação deste fármaco e aumentar a sua toxicidade geral.
Que cuidados se devem ter?
A função hepática deve ser avaliada antes e durante o tratamento e os níveis de ácido úrico devem ser monitorizados e deve considerar-se a administração de um inibidor da xantina-oxidase (alopurinol).



NOTA: o tratamento com doxorrubicina pode causar o surgimento de uma coloração vermelha na urina, mas não é motivo de preocupação.

Interações medicamentosas e outras formas de interação [12,13]

  • o Fármacos antineoplásicos ou cardiotóxicos: risco de cardiotoxicidade da doxorrubicina aumenta com a toma prévia ou concomitante deste tipo de fármacos.
  • o Agentes quimioterápicos hepatotóxicos (por exemplo metotrexato): risco de toxicidade da doxorrubicina pode ser aumentado com a administração concomitante deste tipo de fármacos, em consequência de uma menor depuração hepática.
  • o Verapamil: a co-administração pode levar ao aumento da concentração plasmática, do tempo de semivida e do volume de distribuição da doxorrubicina.
  • o Ciclosporinas: doses elevadas de ciclosporinas e doxorrubicina aumentam os níveis séricos de ambos, o que pode intensificar a mielotoxicidade e imunossupressão.
  • o Inibidores do citocromo P450 (p. ex. cimetidina e ranitidina): aumento do risco de toxicidade da doxorrubicina por diminuição do seu metabolismo.
  • o Indutores do citocromo P450 (p. ex. rifampicina e barbitúricos): podem causar maior metabolização da doxorrubicina, o que se traduz numa menor eficácia.
  • o Agravamento de cistites hemorrágicas causadas pelo tratamento prévio com ciclofosfamida.
  • o A doxorrubicina intensifica os efeitos da radioterapia e pode originar sintomas graves na área afetada
  • 
  • Efeitos indesejáveis [12,13]:

Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas [13]
Os pacientes que manifestem efeitos como tonturas, náuseas, vómitos ou qualquer outro que afete a capacidade conduzir e utilizar máquinas, não devem fazê-lo.

UC: Toxicologia 12/13

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