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Tipos de exposição associados[10,11,12]

O caso seguinte reporta uma situação grave ocorrida após exposição a fármacos antineoplásicos:
Uma farmacêutica de 39 anos de idade sofreu dois episódios de hematúria (sangue na urina), com ausência de dores, e foi-lhe diagnosticado cancro. Doze anos antes do diagnóstico, ela trabalhou em tempo integral, durante cerca de 20 meses, numa área hospitalar de preparação de agentes citotóxicos, entre os quais contactou com a doxorrubicina. Utilizava uma câmara de fluxo horizontal, pelo que o fluxo de ar ocorria na sua direção. Como não era fumadora nem apresentava qualquer outro fator de risco, a causa de desenvolvimento de cancro foi atribuída à exposição aos fármacos antineoplásicos durante a sua atividade profissional.

Risco de exposição ocupacional
A exposição à doxorrubicina está mais limitada aos pacientes sujeitos à sua administração com fins terapêuticos, mas esta pode também verificar-se em todos os profissionais que contactam de uma forma mais ou menos direta com este fármaco. A NIOSH (National Institute for Occupational Safety and Health) estima que cerca de 17,132 profissionais nos Estados Unidos estão potencialmente expostos à doxorrubicina.
A exposição a este e a qualquer outro fármaco pode ocorrer ao longo de todo o seu ciclo de vida: desde a síntese ao seu transporte e distribuição, passando pela sua utilização nos cuidados de saúde e, por fim, nos procedimentos de limpeza e eliminação de resíduos. Deste modo qualquer profissão envolvida nestas etapas pode estar sob risco. São exemplo disso os farmacêuticos e técnicos de farmácia, pessoal de enfermagem, médicos, pessoal de limpeza, entre outros.

Efeitos da exposição

Existem várias evidências de que os profissionais têm manifestado problemas graves de saúde devido à exposição aos fármacos perigosos (nos quais se inclui a doxorrubicina), apesar da existência de guias de segurança e de proteção no manuseamento deste tipo de agentes com potencial de toxicidade elevado. Esta exposição e consequentemente o risco de desenvolver efeitos graves para a saúde está dependente das circunstâncias, da extensão e da frequência de exposição, da potência e toxicidade do fármaco e da própria sensibilidade do operador em questão. Estão descritas situações de erupções cutâneas, alopécia, cefaleias, problemas reprodutivos (infertilidade, aborto espontâneo, malformações congénitas) e desenvolvimento de cancro.

Situações de risco e vias de exposição

De um modo geral, as atividades mais frequentemente associadas ao contacto com a doxorrubicina incluem a manipulação do fármaco, que pode originar a formação de aerossóis ou pó, a limpeza de derramamentos, o contacto com superfícies contaminadas e a sua administração ou eliminação.

As vias de exposição gerais são a inalatória, dérmica, oral e parenteral. A inalação e o contacto com a pele são as mais comuns, mas as situações não intencionais de ingestão por contacto das mãos contaminadas com a boca ou de alimentos contaminados, de injeção acidental durante o manuseio de agulhas e de absorção através de ferimentos podem também ocorrer. 

UC: Toxicologia 12/13

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